Amenorreia

O ciclo menstrual normal dura em média 28 dias e possui basicamente duas fases: proliferativa e secretora (sob a perspectiva uterina), folicular ou lútea (sob a perspectiva ovariana) ou estrogênica e progestagênica (sob a perspectiva hormonal).

No final do ciclo, o endométrio desfaz e flui através da vagina, sendo este sangramento conhecido como menorreia ou menstruação. Em termos simples, nomeia-se amenorreia a ausência da menstruação.

Essa condição não apresenta um risco à vida, mas a ausência do ciclo menstrual pode um sinal de algumas alterações no organismo, como Síndrome dos Ovários Policísticos e Menopausa, estando associada também a doenças no longo prazo, como Endometriose, nos casos de malformações uterinas.

A amenorreia não é uma síndrome nem um diagnóstico final, mas sim um possível sinal de algumas doenças ou alterações.

Em alguns períodos da vida, tem caráter fisiológico, isto é, normal, como na infância, na gravidez e na menopausa.

Se a amenorreia aparece durante o período reprodutivo, considera-se patológica sendo importante o acompanhamento com especialista.

A ausência de menstruação em geral está relacionada a um distúrbio hormonal ou fisiológico, ou a anormalidades na anatomia genital feminina.

A fisiologia normal funciona equilibrando hormônios e fornecendo comandos entre o hipotálamo, a adenohipófise, os ovários e o útero. Ou seja, funciona como um diálogo entre os ovários e o cérebro para manter a função reprodutiva normal, com secreção de hormônios de forma adequada.

A amenorreia primária é a ausência de menstruação após os 13 anos (nas meninas com desenvolvimento puberal normal) ou após os 15 anos (sem desenvolvimento puberal normal). Ou seja: a menina nunca menstruou na vida.

Considera-se que a ocorrência de amenorreia primária é menor que 0,3%.

É o desaparecimento da menstruação por mais de três meses em uma mulher que já menstruava normalmente ou quando ocorrerem menos de nove menstruações em um ano. Além do mais, a duração da amenorreia secundária é altamente variável e pode ser permanente.

Essas definições são importantes para estabelecer quando devemos investigar as causas, evitando diagnósticos tardios.

• Genéticas: mais associadas a amenorreias primárias produzidas por alterações genéticas herdadas dos pais (ex.: Síndrome de Turner).
• Anatômicas: malformações ou sinéquias uterinas ou nas vias de drenagem (ex: hímem imperfurado ou septo vaginal transverso), geralmente congênitas.
• Endócrinas: disfunção hormonal do eixo hipotálamo, hipófise e ovário, hiperprolactinemia, distúrbios da tireoide, doenças crônicas, obesidade, “amenorreia da atleta” etc.

A amenorreia primária pode resultar de anormalidades genéticas, malformações uterinas e genitais , disfunção hormonal e lesões hipotálamo-hipofisárias (estruturas importantes de produção e controle hormonal).

As causas variam de acordo com a presença ou ausência de mamas e útero (ambos ou separadamente).

Outros sintomas menos perceptíveis costumam ser:

• Acne;
• Secura vaginal;
• Ondas de calor;
• Crescimento excessivo ou indesejado de pelos no corpo;
• Dores de cabeça;
• Mudanças na visão;
• Galactorreia (saída espontânea de leite);
• Piora do sono;
• Queda da libido;
• Baixa energia.

Se você perdeu mais de três períodos consecutivos ou se algum dos seus sintomas se agravar, vale a pena buscar ajuda profissional

O diagnóstico precoce e conduta adequada ajudam a reduzir danos no curto, médio e longo prazo. Um diagnóstico tardio pode levar a alterações importantes para a saúde da adolescente, principalmente nos casos de amenorreia primária.

Uma boa avaliação médica pode incluir:

• Nível de prolactina;
• Hormônios da tireoide;
• Testosterona, androstenediona SDHEA;
• Ultrassonografia pélvica e tomografia/ressonância adrenal para tumores secretores de androgênios e outros defeitos anatômicos, como a síndrome de Mayer-Rokitansky-Küster-Hauser;
• FSH e LH;
• Teste da Progesterona;
• Antropometria: altura, peso, cintura, quadril, índice de massa corporal, razão de segmentos superior-inferior e proporção de tamanho-extensão;
• Palpação da tireóide;
• Exame cuidadoso dos órgãos genitais.

As complicações da amenorreia podem incluir infertilidade, endometriose, dor pélvica, doenças cardiovasculares, osteoporose, entre outras.

O tratamento depende principalmente da causa. Se a causa da amenorreia for deficiência de estrogênio, podemos indicar terapia hormonal. Se for causada por desnutrição ou baixo peso, um plano de dieta adequado costuma ser assertivo no tratamento.

Para anorexia nervosa e amenorreia induzida por estresse crônico, consultas com um psicólogo/psiquiatra são importantes. Manejo da percepção do estresse com técnicas como meditação, mindfulness, yoga e esportes podem ser interessantes. Mudanças no estilo de vida também são benéficas.

Medicamentos como a Cabergolina (substância similar à dopamina), podem tratar o prolactinoma (tumor produtor de prolactina na hipófise a cirurgia pode ser uma opção, de acordo com a avaliação do tamanho do prolactinoma e gravidade dos sintomas.

O procedimento cirúrgico apropriado pode tratar as causas anatômicas da Amenorreia decorrente de malformações Müllerianas ou Síndrome de Asherman (sinéquias intrauterinas intensas).

Alguns fatores do estilo de vida podem causar Amenorreéia, por isso lute pelo equilíbrio no trabalho, lazer e descanso. Avalie áreas de estresse e conflito em sua vida. Se você não conseguir diminuir o estresse por conta própria, peça ajuda a familiares ou amigos.

Esteja ciente das alterações no seu ciclo menstrual e consulte um especialista se tiver alguma dúvida.

Mantenha um registro de quando seus ciclos menstruais ocorrem.

Hoje, com inúmeros aplicativos, fica mais fácil. Gosto muito do CLUE e FLO. Observe a data em que seu ciclo começa, quanto tempo dura e quaisquer sintomas problemáticos que você tenha.

Este é um hábito simples mas que pode oferecer qualidade de vida ainda melhor!